“Eu estou para ser congregado ao meu
povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efron, o heteu.” (Gn 49:29)
Após
dezessete anos no retiro pacífico de Gósen, a vida de Jacó estava chegando ao
fim. Com a idade de cento e quarenta e sete anos reconheceu que o fim se
aproximava e chamou o seu amado filho José e rogou-lhe para não ser sepultado
no Egito, mas ao lado de seus pais na cova de Macpela. José prometeu fazê-lo, mas Jacó não
satisfeito exigiu um juramento solene (Gn 47:29-31).
Estando
Jacó enfermo, vieram a ele seu filho José e seus netos Manassés e Efraim (Gn
48:1). Os filhos de José permaneceram parados diante do avô a espera da benção.
Jacó os adotou com seus próprios filhos e lhes assegurou que seriam herdeiros
como os demais (Gb 48:3-9).
Jacó
abençoou os filhos de José colocando a mão direita sobre a cabeça de Efraim e a
esquerda sobre a cabeça de Manassés. Isso não agradou a José que tratou de
trocar as mãos de seu pai, indicando que Manassés era o mais velho e nele
deveria ser colocada a mão direita (Gn 48:10-18). Jacó recusou a trocar as mãos
e profetizou que a tribo de Efraim seria mais importante que a de Manassés (Gn
48:19-22). É a terceira vez em Gênesis que o filho não primogênito recebe a
benção principal.
O
patriarca lutou para adquirir bençãos e no final de sua vida distribuía a
benção de Deus por onde andasse. Abençoou o Faraó, que se tornou próspero.
Efraim e Manassés receberam a benção de se tornarem patriarcas de suas tribos.
Abençoou os doze filhos, conforme o fruto das suas vidas, e segundo a bênção
que lhes cabiam.
Para
abençoar os doze filhos, Jacó os reuniu ao redor de seu leito de morte, pouco
antes de falecer. Deu uma benção especial a cada um e declarou o que iria
acontecer a eles nos dias vindouros.
Rubem,
embora fosse o primogênito, foi-lhe tirado o direito porque cometeu o pecado de
paixão carnal (Gn 49:3-4). Simeão e Levi foram tirados da sucessão da
primogenitura, porque mataram cruelmente os siquemitas (Gn 49:5-7). Judá
chefiou a venda de José. Depois, porém, ele se arrependeu sinceramente do seu
pecado. E produziu fruto digno do arrependimento. Então ele recebeu uma bênção
maravilhosa, de tornar-se protagonista da história da salvação. Jacó profetizou
que o Messias nasceria entre a descendência de Judá (Gn 49:8-12). Como
profetizou Jacó, Jesus nasceu na tribo de Judá.
A
cada um de seus doze filhos Jacó abençoou (Gn 49:13-21, 27). José embora fosse
o décimo-primeiro filho, recebeu a primogenitura (1 Cr 5:1,2) e as mais ricas bençãos divinas, com exceção
de Judá (Gn 49:22-26).
Jacó
foi um homem de afeição profunda e ardorosa por seus filhos. Seu amor era forte
e terno, e o testemunho que lhes proferiu à hora da morte, não foi uma
declaração de parcialidade ou ressentimento. Ele perdoou a todos, e os amou até
o fim. Sua ternura paternal teria encontrado expressão apenas em palavras de
animação e esperança; mas o poder de Deus repousou sobre ele, e sob a
influência da inspiração foi constrangido a declarar a verdade, ainda que
penosa.
Jacó
era o pai de numerosas nações. Deus estabeleceu as doze tribos de Israel,
conforme a bênção de Jacó (Gn 49:28).
Após
proferir a benção aos filhos, Jacó os recomendou que o sepultassem junto com
seus pais, na terra de Canaã. Foram suas últimas palavras e morreu (Gn 49:33).
José
chorou sobre o rosto de Jacó e o beijou. Depois, cumprindo o pedido de seu pai,
José organizou o funeral. Seu corpo foi embalsamado no Egito durante o tempo de
preparação de quarenta dias e os egípcios fizeram luto de setenta dias (Gn
50:2-3). Depois disso José foi ao Faraó e pediu permissão para afastar-se do
Egito para sepultar seu pai (Gn 50:4-5). José, os irmãos e muitos egípcios
notáveis acompanharam o cortejo fúnebre até Canaã, ficando na terra de Gósen
somente as crianças e o gado (Gn 50:7-9).
Jacó
deveria morrer, mas morreria na fé. O pedido para ser enterrado em Canaã
revelou a sua fé nas futuras promessas de Deus. Ele desejava ser enterrado onde
as tribos de Israel um dia viveriam e governariam.
Anos de trabalho, cuidados e tristeza Jacó teve desde o dia
em que seu grande pecado o fez fugir da casa de seu pai. Separou-se de sua mãe,
a quem nunca mais viu. Trabalhou sete anos pela mulher que amava e foi
enganado. Esteve vinte anos sob o domínio de um parente ganancioso. Seus filhos
crescerem em redor de si, mas com pouca alegria na casa contenciosa e dividida.
Passou momentos de angustia pela desonra de sua filha, na morte de sua amada
Raquel, pela desonra de Rubem e pela mentira e malicia de seus filhos em
relação a José. Muitas vezes Jacó sofreu pela consequência de seu primeiro
erro.
Jacó viu em seus filhos provas de verdadeiro arrependimento;
viu sua família rodeada de todas as condições necessárias ao desenvolvimento de
uma grande nação e sua fé apegou-se à segura promessa de seu futuro
estabelecimento em Canaã.
O patriarca Jacó teve falhas, mas também virtudes. Sua
experiência de vida foi o exemplo do homem que passa por erros e fracassos,
desânimos e tentações, mas não se desespera, porque confia plenamente nas
promessas do Senhor.
Ele próprio estava cercado de todo o indício de amor e favor
que o governador do Egito poderia conferir e, feliz na companhia de seu filho
durante tanto tempo perdido, desceu calma e pacificamente à sepultura.
Jacó tinha 15 anos de idade quando Abraão morreu. Aos 77
anos fugiu para Harã. Com 84 anos casou-se. Tinha 98 anos quando regressou a Canaã.
Aos 99 anos nasceu José. E com aproximadamente 100 anos nasceu Benjamim. Com
130 anos foi para o Egito (Gn 47:9). Morreu aos 147 anos (Gn 47:28). Passou os
primeiros 77 anos em Canaã.
Os 20 anos seguintes em Harã (Gn 31:41). Depois 33 anos em Canaã. Os últimos 17 no
Egito (Gn 47:28) .
A Paz. Excelente estudo sobre os dias finais de Jacó. Sua bênção aos filhos, e a restauração espiritual de Judá. Deus é misericordioso com os que de coração se arrependem. Abs
ResponderExcluirÓtimo ensinamento !!
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