Gênesis - O pecado de Onã

“Então disse Judá a Onã: Toma a mulher de teu irmão, 
e cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência  a teu irmão”.
(Gn 38:8)

Onã é mencionado no livro de Gênesis como o segundo filho de Judá e, portanto, um dos netos do patriarca Jacó.

Judá casou-se com uma mulher cananéia com quem teve três filhos: Er, Onã e Selá (Gn 38:3-5), o primogênito, segundo a Bíblia, era mau e teria sido executado por Deus por um motivo não mencionado (Gn 38:7). Como Er não havia deixado descendência, Judá mandou que Onã, seu segundo filho, realizasse o “casamento de cunhado” ou a lei do levirato, com Tamar, a viúva de Er (Gn 38:9).

O casamento entre cunhados era proibido (Lv 18:16; 20:21). Mas a lei do levirato obrigava o cunhado a casar-se com a viúva de seu irmão, quando esta não tivesse filho homem (Dt 25:5-10). O primeiro filho desta união era considerado filho e herdeiro do falecido. A finalidade era perpetuar o nome do falecido e a propriedade dentro da família (Gn 38; Rt 4:3-5; Mt 22:24). Assim, se tivessem um filho, a herança de primogênito lhe pertenceria como herdeiro legal de Er. Porém, se não tivesse um herdeiro, Onã ficaria com a herança de primogênito.

Onã, o filho do meio, teria que continuar a linhagem do irmão mais velho, mas, sabia que a descendência não seria dele e sempre no final da relação com Tamar ele derramava o sêmem no chão para não dar descendência a seu irmão (Gn 38:9). A conduta de Onã aborreceu a Deus que tirou sua vida (Gn 38:9-10). Onã usou de malicia ao deitar-se e copular com Tamar evitando que esta concebesse. Esse era um pecado vergonhoso.

Olhando o contexto vemos que o pecado de Onã foi não querer dar descendência ao seu irmão, deixando assim de cumprir as leis da época em que ordenava se um homem morresse sem ter filhos, o parente mais próximo casaria com a viúva para dar-lhe descendência.

O pecado de Onã foi o egoísmo de não querer gerar um filho que não fosse carregar seu próprio nome e sim o do irmão, o sêmem ao chão foi só um detalhe. Onã pensou somente em si, se não houvesse filhos a herança seria sua por direito. Não pensou na memória de seu irmão e ultrajou sua viúva.

Há diversas interpretações erradas acerca do pecado de Onã, a mais popular dela talvez seja a de que tenha sido a masturbação, daí a origem da palavra “onanismo” embora uma leitura superficial do texto de a entender que praticava o coito interrompido, não a masturbação.

Deus não castigou Onã simplesmente por interromper seu coito, e sim porque ele assim agia por saber que o fruto daquela relação seria contado como descendência de seu irmão, e não dele. Além do mais, Onã não estava se masturbando, e sim interrompendo a relação. Fora essa passagem, não há qualquer outra que fale direta ou indiretamente sobre ejacular fora da relação sexual.


Pecado é desagradar a Deus, ser egoísta, ser malicioso, se revelar contra a vontade de Deus. E pecados sempre trazem fortes, tristes e até mesmo fatais conseqüências.

Um comentário:

  1. Antes do pecado de Onã, na Bíblia, já se havia mencionado até assassinatos de guerra que Deus não puniu com morte, e pecados de egoísmo/oportunismo/mentira como o caso de Jacó quando mentiu para obter a primogenitura de Esaú, mas este era herdeiro da promessa e não atraiu a Ira de Deus. No caso de Onã, Deus não se aborreceu por causa do egoísmo somente, Deus mandou ferir Onã de morte por causa do pecado do coito interrompido, que é uma porta de entrada para outras imundícies carnais. O coito interrompido constitui-se em pecado de egoísmo muito maior do que contrariar a posteridade, pois visa somente um prazer inútil aos objetivos de Deus, não existe desejo de honra ou de adquirir as promessas de Deus em tal aborrecimento. O sexo contra a natureza não havia sido mencionado nenhuma vez na Bíblia até este caso de Onã.

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