“Então disse
Judá a Tamar sua nora:
Conserva-te viúva em casa de teu pai,
até que Selá, meu
filho, venha a ser homem”. (Gn 38: 11)
Tamar, nora de Judá, lutou pelo seu direito de ter um filho
e garantir os direitos de Er, seu marido, em ter sua descendência preservada.
Segundo a lei do levirato era dever do cunhado perpetuar a linhagem de seu
irmão falecido e prover o sustento e as necessidades da viúva (Dt 25:5-6). Seu
cunhado Onã assumiu a viúva, mas morreu sem que tivesse um filho com Tamar (Gn
38:10).
Judá, então, prometeu que seu terceiro filho, Selá, daria
continuidade a descendência de Er assim que se tornasse homem, porém não tinha
a intenção de fazê-lo e mandou que Tamar ficasse na casa de seu pai enquanto
viúva (Gn 38:11).
Após a morte da esposa de Judá, a cananita Suá (Gn 39:12),
Tamar continuava a espera do casamento com Selá, que se tornara adulto, mas
Judá havia esquecido dela. Mais que tudo, Tamar queria um filho que fosse
herdeiro de Judá. Percebendo que a promessa não seria cumprida, surgiu-lhe a
idéia de ter um filho diretamente dele (Gn 38:14).
O plano criado por Tamar poderia colocar sua honra e vida em risco. Tendo noticias
que Judá estaria na cidade, disfarçou-se de prostituta cultual(1) e conduziu-o até sua
tenda com propósitos sexuais. Seu preço era um cabrito de seu rebanho (Gn
38:17).
Como não tinha o animal no momento, Judá deixou como garantia de
pagamento, o selo, o cordão e o cajado (Gn 38:18). Mais tarde ao tentar efetuar
o pagamento e receber seus pertences de volta, não encontrou a prostituta e
ninguém sabia dela (Gn 38:20-22).
Três meses mais tarde, Judá descobriu que sua nora estava
grávida, imediatamente, mandou que fosse queimada por adultério. Seu juízo
sobre o pecado alheio foi rápido e fulminante. No entanto, não percebeu que
também havia pecado (Gn 38:24). Para se defender, Tamar mostrou as garantias
que havia obtido e identificou Judá como o homem que havia deitado com ela (Gn
38:25).
Judá, reconhecendo os seus pertences, envergonhou-se de não
ter cumprido sua promessa em relação a lei do levirato, por ter tido relações
sexuais com sua nora e assumiu a responsabilidade por seu pecado (Gn 39:36).
Tamar tornou-se uma mãe solteira. Como os filhos eram de Judá, Tamar tinha
direito aos benefícios de sua família, e até mesmo de parte da herança. O preço
do erro de Judá foi mais do que um cabrito. Custou sua honra e o sustendo da
criança.
Ao perseguir sua benção, Tamar entrou para a família
abençoada de Abraão, Isaque e Jacó, dando posteridade a Judá. Da união entre
Judá e Tamar nasceram os gêmeos Perez e Zerá. Da descendência de Perez nasceu
Jesus (Mt.1.3).
O nome de Tamar foi citado como benção para o povo de
Israel. “Também seja a tua casa como a
casa de Perez, que Tamar deu a Judá, pela posteridade que o Senhor te der desta
moça” (Rt 4:12).
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(1) - Prostituta Cultual: Eram usadas nos cultos de fertilidade no Oriente Médio. Acreditava-se que os rebanhos eram aumentados pelo intercurso ritual com as prostitutas de certas deusas como Aserá, Asterote e Anate.
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