“Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai,
tua mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porém Sara será seu
nome.Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela
será mãe de nações; reis de povos sairão dela.” (Gn
17:15-16)
Sarai surge na Bíblia pela vez primeira, em Gênesis.11:29,
como esposa de Abraão. “Sarai” significa, em hebraico, “Yahweh é príncipe“, A
cidade natal de Sarai era Ur dos caldeus (Gn 11:31). Acompanhou Abraão em sua
peregrinação.
Sarai tinha um grande problema. A Bíblia cita que ela era
estéril e não dera filhos a Abraão (Gn.11:30). Aquela circunstância na vida de
Sarai era um grave problema. Naquela época a esterilidade era associada a uma
maldição divina. A principal função da mulher, na sociedade patriarcal da
antigüidade, era a de gerar filhos e uma mulher estéril era considerada inútil
(Dt.7:14). Apesar disso, Abraão não a desamparou, demonstrando que a amava. O
plano de Deus era formar uma grande nação por meio de Abraão e a participação
de Sarai, como esposa, era de muita importância para que isso acontecesse.
Quando Abraão partiu para cumprir a ordem de Deus, Sarai o
acompanhou mesmo não sabendo para onde rumava. Demonstrou submissão e confiança
em seu marido. Foi a primeira pessoa que decidiu acompanhar Abraão (Gn 12:5).
Sarai era uma mulher de fé (Hb 11;11) e partiu com seu marido sem questionar ou
pedir explicações.
Depois de estarem estabelecidos em Canaãn, surgiu um período
de seca que causou fome e foram para o Egito. Mais uma vez Sarai demonstrou sua
submissão e confiança em seu marido, quando este pediu-lhe para passar por sua
irmã com vista de proteger sua vida (Gn 12:13). Sarai consentiu e isso
despertou a cobiça dos príncipes do Faraó, pois apesar dos seus sessenta e
cinco anos de idade, Sarai era mui formosa (Gn 12:14). Então, Sarai foi levada
para a casa do Faraó, porém Deus a guardou impedindo que o seu casamento e sua
moral fossem maculados. O Faraó descobriu a meia-mentira e expulsou Abraão, sua
mulher e todos que o acompanhavam (Gn.12:17-20).
Passados dez anos que estavam em Canaã e Sarai vendo que não
gerava filhos a Abraão, decidiu usar do direito que tinha, segundo o costume da
época. Deu a Abraão sua escrava Agar para que gerasse com ela um filho (Gn
16:1-3). Este deve ter sido o maior erro de Sarai. A escrava desprezou-a e
Sarai a puniu fazendo com que fugisse. Dá união entre Abraão e Agar nasceu
Ismael (Gn 16:11) que veio a ser o pai dos árabes.
Sarai foi tomada pelo desânimo. Cansara-se de esperar o
milagre de Deus e, por conta própria tomou a decisão. Isso lhe causou um grande
embaraço. Mas Deus cumpre o que promete. Em Gn 17:15, Deus se revelou, renovou
Sua promessa de um herdeiro para Abraão, mudou o nome de Sarai para Sara, que
significa “princesa” e a abençoou com a promessa de um filho de seu ventre.
Sara seria a mãe de nações (Gn 17:15-16).
O próprio Abraão não creu de imediato na mensagem divina e riu
(Gn17:17). Sara já tinha noventa anos e havia cessado o incômodo das mulheres e
achou engraçada a promessa (Gn 17:10-12). Mas para Deus nada é impossível. Sara
não acreditou na mensagem divina, porque em vez de pôr a fé em ação, pensou nas
condições humanas e materiais para o cumprimento da promessa. “Haveria alguma coisa difícil ao Senhor”,
perguntou o ser celestial a Sara.
Sara quis negar que tivesse sido incrédula e, por isso,
mentiu, dizendo que não havia rido. Foi, uma vez mais, repreendida pelo ser
celeste. O Senhor visitou a Sara e ela concebeu, dando à luz a Isaque, que significa
“riso”, no tempo determinado que Deus lhe havia dito (Gn.21:1-3). A Bíblia
revela que Sara pôde conceber porque teve por fiel aquele que havia feito a
promessa (Hb.11:11).
Mais uma vez Sara foi conivente com Abraão dizendo que era sua
irmã. Passou por momentos desagradáveis quando foi tomada por Abimeleque, rei
de Gerar (Gn 20:1-2), que descobriu a mentira que tentou ser justificada pelo
patriarca (Gn 20:11-13). Novamente Deus impediu que Abimeleque possuísse Sara
(Gn 20:3-7). Abraão, ainda, intercedeu por Abimeleque e seu povo e o Senhor
sarou àquela nação, cuja madre tinha sido fechada por causa de Sara (Gn 20:18).
Sara concebeu e deu a Abraão um filho na sua velhice, conforme
Deus prometeu (Gn 21:1-2). Outras dificuldades surgiram. Isaque, filho de Sara,
no dia de seu desmame, foi zombado por seu meio-irmão Ismael (Gn 21:9). Sara
percebeu que a situação não era conveniente e pediu a Abraão que mandasse
embora Agar e seu filho, porque Ismael não deveria compartilhar da herança com
Isaque (Gn 21:10). A reação de Abraão foi de tristeza, mas o Senhor Deus
confirmou a vontade de Sara (Gn 21:12-13).
Após a despedida de Agar e seu filho, Sara desempenhou o seu
papel de “mãe de nações” e por vinte e oito anos conviveu com Isaque. Aos cento
e vinte sete anos de idade, Sara morreu (Gn 23:1).
Sara, mulher de formosa aparência, leal, correta, rica e
simples, submissa a Deus e a seu marido, decidida e fiel. Sara era uma mulher
obediente e esta obediência causou-lhe, em certas ocasiões, momentos de
sofrimento e desesperança, mas por causa de sua grande fé o Senhor a protegeu.
Cumpriu a missão dada pelo Senhor e se tornou a mulher que deu à luz ao povo
escolhido de Deus (Is 51:2).
Gostei muito do texto acima, porem o tempo em que Sara conviveu com Isaque esta errado. quando Isaque nasceu Sara tinha noventa anos de idade(Gênesis 17;17a22- e 21;1a5)e morreu com 127, portanto, ela conviveu com Isaque por 37 anos.
ResponderExcluirObrigado pela observação mas analise o texto: "Após a despedida de Agar e seu filho, Sara desempenhou o seu papel de “mãe de nações” e por vinte e oito anos conviveu com Isaque" Foram 28 anos de convivência APÒS a despedida de Agar e de seu filho Ismael,que, provavelmente ja estava bem crescido e ai pode estar a diferença de 9 anos. Talvez o tempo de esterilidade de Sara que já viva com Abrão.
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