"Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei e ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu. Sê uma benção.” (Gn 12:1-2)
Dois mil anos após a queda do homem e quatrocentos anos depois do dilúvio, numa terra onde descambava para a idolatria e a maldade, Deus chamou Abrão para fazê-lo fundador de um movimento que objetivava a recuperação e a redenção do ser humano.
Abrão, filho de Tera, descendente de Sem, nasceu na cidade de Ur, na Caldéia, por volta do ano 2166 aC. Era casado com Sarai e não tinha filhos até então. Juntamente com seu pai, sua esposa, seu irmão Naor e seu sobrinho Ló, saíram de Ur e foram habitar em Harã, onde Tera morreu (Gn 11:26-32).
É desconhecida a primeira parte da vida de Abrão e como conheceu a Deus. Há especulações que Jó, Sem ou Melquisedeque o ensinaram a seguir o caminho da salvação. Dezesseis livros do Antigo Testamento e onze do Novo Testamento fazem referências a ele devido a pacto firmado com Deus. Abrão foi a razão porque o Reino do Sul se manteve por tanto tempo (II Rs 13:23).
Abrão, homem justo, crente em Deus, não idolatra, mas vivia rodeado de idolatria, foi chamado por Deus para deixar a casa de seu pai e partir para uma terra que lhe mostraria (Gn 12:1), recebendo dEle a promessa de que seus descendentes herdariam a terra de Canaã, se tornariam uma grande nação e mediante eles todas as nações seriam abençoadas (Gn 12:2).
Embora fosse um homem de grande fé, Abrão era cauteloso e somente partiu para sua missão após a morte do pai. Houve nesse ínterim uma dupla desobediência por sua parte, ou seja, levou seu pai e o irmão Naor consigo, não abandonando a sua parentela e instalou-se em Harã (Gn 11:31; Ne 9:7; At 7:4).
Com a missão que Deus lhe deu partiu para Canaã levando consigo Sarai, sua esposa, seu sobrinho Ló e todos os bens que havia adquirido. Abrão saiu de Ur a procura de uma terra onde pudesse edificar uma nação livre da idolatria, mas sem saber para onde rumava. Em sua peregrinação parou em Siquém onde o Senhor apareceu e prometeu-lhe aquela terra. Ali Abrão edificou o primeiro altar ao Senhor (Gn 12:7).
A missão de Abrão, confiada por Deus, tinha sete elementos importantes: Deus faria dele uma grande nação (Gn 12:2); seria abençoado por Deus (Gn 12:2); seu nome seria engrandecido (Gn 12:2); seria uma benção (Gn 12:2); Deus abençoaria aos que o abençoasse (Gn 12:3); Deus amaldiçoaria que o amaldiçoasse (Gn 12:3); e, nele todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gn 12:3), que é uma referência a Jesus Cristo (Mt 1:1).
Depois de um breve espaço de tempo houve fome na terra onde se encontrava e rumou para o Egito em busca de ajuda humana em vez de confiar no Senhor Deus. Para evitar contratempos fez com que sua esposa dissesse ao Faraó que era sua irmã, para evitar que o matasse e tomasse sua mulher. Esta mentira causou aborrecimentos a Abrão, constrangimento a Sarai e a ira do Faraó, que descobrindo, pela ação de Deus, expulsou Abrão de suas terras. Mais uma vez Abrão desobedeceu a Deus ao sair da Terra Prometida, o que causou maus resultados. Com sua decisão equivocada Abrão entristeceu a Deus (Sl 78:40-41; Ef 4:30), enfraqueceu a sua fé e mais tarde tornou a mentir da mesma maneira (Gn 20), deu mau testemunho a seu sobrinho Ló, que saiu de sua companhia para viver no meio de ímpios, causou sofrimentos ao Faraó e deixou um mau exemplo para seu filho que também como ele mentiu a cerca de sua esposa.
Voltando a Palestina, foi até Betel e dirigiu-se ao altar que ali fizera, adorou e invocou o nome do Senhor no lugar onde havia deixado as bençãos de Deus para ir para o Egito.
Outros contratempos aconteceram na jornada de Abrão. Houve contenda entre seus pastores sobre a utilização dos campos para criação de gado. Ló resolveu apartar-se de seu tio e a complacência de Abrão deu a prioridade de escolha a seu sobrinho que partiu para as planícies de Sodoma, deixando a terra prometida para não mais voltar.
Deus, então, aparece a Abrão pela terceira vez e concede a possessão da terra de Canaã confirmando que ali Abrão teria uma grande descendência (Gn 13:14-18).
Naquela época nove nações envolveram-se em guerra e seu sobrinho Ló e sua família foram levados cativos. Abrão sabendo do acontecido preparou trezentos e dezoito homens bem treinados para resgatar seu sobrinho. Deus usa quem está preparado. Atacou a noite, de surpresa, derrotou o inimigo e libertou Ló, seus bens e pertences.
Depois destes acontecimentos Deus apareceu a Abrão numa visão e disse-lhe: “Não temas, eu sou o teu escudo, teu galardão será grandíssimo” (Gn 15:1). Abrão lembrou a Deus que ainda não tinha filhos e sugeriu adotar Elezier, seu servo, como herdeiro de sua casa (Gn 15:2), mas Deus não permitiu, pois tinha outra maneira de ajudar Abrão por meio de Elezier (Gn 24:1-4). Apesar de algumas falhas de Abrão, Deus ratifica o seu pacto anunciado (Gn 12:1), confirmando (Gn 13:14-17; 15:1-7) e exigindo um pacto de sangue (Gn 15:9-10). Deus mandou Abrão contar as estrelas do céu que seria como a sua descendência. Abrão creu (Gn 15:5) e o Senhor imputou-lhe como justiça (Gn 15:6). No texto de Gênesis 15; 5-6 foram mencionadas pela primeira vez as palavras crer, contar e justiça. Crer significa que a fé de Abrão seria modelo para os futuros crentes (Gl 3:6-9); contar é imputar uma responsabilidade (Tg 3:23); e, justiça é vestir-se corretamente para Deus (Gn 3:10; Ef 6:14). Assim o pacto de Abrão em Gênesis 12 e confirmado em Gênesis 13 é legalmente ratificado (*) em Gênesis 15.
Da ratificação do pacto resultou a profecia que os descendentes de Abraão seriam estrangeiros (Gn 46:2-4) e escravos em terra estranha por quatrocentos anos (Gn 15:13; Ex 1:7-14); que Deus julgaria a nação que escravizaria Israel (Gn 15:14: Ex 7:12); que Abraão estaria livre desses futuros acontecimentos (Gn 15:15; 25:7-8); e que Israel sairia do Egito com grandes riquezas (Gn 15:16; Ex 12:35-36).
Abraão é o pai da fé e está inscrito na galeria dos heróis da fé na carta aos hebreus (Hb 11:8-19).
(*) - Ratificado: Fazer a confirmação ou validação; comprovar a validade de um compromisso
Parabéns pelo excelente trabalho, vou fazer uma palestra sobre o chamado de Abraão e essa matéria me foi muito útil, pois me essinou fatos da vida de Abraão que não havia percebido. Que Deus continue lhe abençoando.
ResponderExcluirObrigado. Além do blog tenho um livro sobre curiosodades no livro de Gênesis, o qual poderá ser adquirido no Clube de Autores.
Excluirhttp://gigliologia.blogspot.com.br/p/livros.html
Maravilhoso estudo parabéns!!!
ResponderExcluirMaravilhoso estudo parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns gostei muito do estudo me foi de grande valia obrigado
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