A primazia de Cristo


“Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou.”(Jo 13:13)


Na Bíblia há exemplos de pessoas religiosamente experimentadas, sinceras, que, antes que permitissem a Cristo o primeiro lugar em suas vidas, tiveram que sofrer duras provações. São os casos de Tomé, Pedro e Paulo. O primeiro atravessou o obstáculo da incredulidade (Jo 20:25); o segundo, o da covardia (Jo 18:17,25,27); e o terceiro, o do fanatismo (At 26:5; Fl3:6).

Incredulidade, covardia e fanatismo são alguns dos fatores que, ainda hoje, impedem a primazia de Cristo na vida do homem moderno. A verdade é que não é fácil entregar a Jesus a direção de nossas vidas quando cada um tem o seu modo de pensar e se deixa envolver nas atividades deste mundo. Se foi difícil para aqueles que O tiveram em carne e osso, quanto mais para os que O receberam em Espírito e em Verdade (Jo 4:24).

Para o duvidoso e incrédulo Tomé, Jesus só passou a ser o seu Senhor, no momento quando ele identificou o Mestre com o nome de Deus (Jo 20:28). Para ele, Jesus foi então descoberto como sendo o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus criador de todas as coisas. Um era mesmo o Outro. “Deus meu!” Que resposta, quanta reverência. Tomé descobriu a primazia de Cristo em sua vida no momento em que Jesus repreendeu a sua incredulidade (Jo 20:29).

Na ocasião em que Jesus foi preso e levado ao julgamento dos homens, Pedro observava os acontecimentos. Ele não precisava estar ali. Alguns apóstolos fugiram, mas Pedro queria ver o que estava acontecendo. Ele havia prometido ser fiel ao Mestre até a morte (Mt 26:35). Não foi. Em público, ele diz que nem sequer conhecia o prisioneiro condenado (Mt 26:69-75). Foi ali mesmo, naquele local, que Jesus teve a oportunidade de ocupar o primeiro lugar na vida de Pedro. A lembrança das palavras de Jesus ditas diretamente a ele antes da sua prisão, foi o instrumento usado para conduzir o apóstolo à completa submissão ao Filho de Deus (Mc 14:72).

Paulo obedecia a sua própria vontade, o fanatismo religioso tomou conta de seu comportamento (At 9:1-2). Como pode um homem perseguir e matar, alegando fidelidade aos seus princípios religiosos? Estava errado! Ele agiu de acordo com a sua própria mentalidade até o dia quando sofreu a queda, na estrada de Damasco (At 9:3-4). Foi essa a forma que Deus usou para mostrar-lhe que acima de seu fanatismo está Jesus, o Senhor (At 9:5).

“Senhor, que queres que eu faça?” É a pergunta que devemos fazer. Não podemos ser incrédulos, nem covardes, nem fanáticos religiosos. Estes males são obstáculos à primazia de Cristo em nossas vidas. O Senhor Jesus quer moldar as nossas vidas, ele quer ser, além de nosso Salvador, o nosso Senhor. E nós, o que desejamos?

Os Salmos e o Pentateuco




"Bem aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó senhor, na luz da tua face, que se regozija em teu nome todo o dia, e na tua justiça é exaltado.”(Salmo 89:15)


A maioria das versões modernas da Bíblia, demarca a divisão do Saltério, nos seus cinco livros, que começam, respectivamente, nos Salmos 1. 42, 73, 90 e 107. A Septuaginta, versão dos setenta, traduzida no século II a III aC., é testemunha da antiguidade destas marcas e ainda antes disso o cronista cita a doxologia que termina o Livro IV (I Crônicas 16:35-36).

Os Salmos conforme se encontram no hebraico, foram divididos em cinco livros. O Livro I, do Salmo 1 até o Salmo 41, quase todos são de autoria do rei Davi, conhecido como o “mavioso salmista de Israel” (II Samuel 23:1). Correspondem com o livro de Gênesis por causa de suas ênfases sobre o pecado do homem e sua necessidade de Deus. O nome Senhor (Javé) é salientado nestes Salmos. O Livro II inicia no Salmo 42 até ao Salmo 72, em que Davi se destaca como o principal escritor. Estes Salmos correspondem ao livro do Êxodo tendo em vista seus temas sobre a salvação do homem e libertação de Israel. O nome Deus (Elohim) e Senhor (Javé) dominam esta divisão.

O Livro III, composto dos Salmos 73 a 89, tem como principal autor Asafe, o qual fazia parte da liturgia do reino de Davi (I Crônicas 6:31-33,39) e correspondem ao livro do Levítico e cujos tópicos tratam do tabernáculo, da liturgia levítica e da santidade de Deus. Nestes Salmos predominam os nomes Elohim e Javé. O Livro IV, começa no Salmo 90 e vai até o Salmo 106. A autoria destes Salmos é incerta. Correspondem ao livro de Números com seus temas concernentes aos perigos e proteção durante a peregrinação do povo de Israel no deserto. Vários destes Salmos são proféticos e ressaltam o tempo em que os judeus cessarão suas peregrinações entre as nações gentílicas. O nome Javé é o mais destacado nesta divisão.

Do Salmo 107 até 150, é composto o Livro V, o qual é de autoria variada e corresponde ao livro do Deuteronômio que enaltece a Palavra de Deus (a Lei) e o louvor. O âmago desta última divisão é o Salmo 119. O nome predominante nestes Salmos é Javé.

A semelhança de caráter entre estes cinco livros do Saltério e o Pentateuco é tão impressionante que certos rabinos dos antigos tempos, chamavam os Salmos de “O Pentateuco de Davi”.

O Saltério é riquíssimo quanto ao seu conteúdo teológico. Nos poemas e cânticos dos salmistas encontramos várias características da pessoa e natureza de Deus. Os autores dos Salmos eram hebreus que criam no único e verdadeiro Deus. Os Salmos não somente faziam parte da religião dos israelitas, mas também da sua cultura como um todo. A música, as palavras, as expressões, os sentimentos poéticos corriam nas veias da nação hebréia. Os Salmos representavam suas tradições, suas festas, suas vitórias, enfim, toda sua história.

Graças a Deus, que os Salmos não somente tenha influenciado os judeus, mas também todo aquele que procura uma vida mais achegada ao Senhor.


O Logos


"O Verbo se fez carne e habitou entre nós... e vimos a sua glória". (Jo 1:14)

o logoV = "a palavra" ou "o verbo"

Para o judeu ó logos teve um significado muito profundo, especialmente na criação e na pregação profética. No ato de criação a palavra de Deus era criativa: "Disse Deus: haja luz e houve luz... " (Gn 1:3); "Disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas..." (Gn 1:9); "Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança..." (Gn 1:26).

Nas profecias, a palavra de Deus é a mensagem pela qual Deus comunica com o homem e especialmente com o seu próprio povo, como por exemplo: "Ora veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo:" (Jr 1:4); "Veio a Palavra do Senhor a Ezequiel" (Ez 1:3); "Ouvi esta Palavra que o Senhor fala" (Am 3:1).

Para o grego, a palavra o logoV representava a verdade eterna atrás do universo organizado e harmonizando tudo quanto existe, verão e inverdo, tempo para plantar, tempo para ceifar, noite e dia, etc.

Durante seiscentos anos os judeus esperavam o cumprimento das profecias e a chegada final da palavra (tou logon).

Durante seiscentos anos os gregos debateram e argumentaram e, organizando as escolas de filosofia, discutiram a força atrás do universo (o logoV).

Agora, João está dizendo no começo do Evangelho "O Verbo se fez carne e habitou entre nós... e vimos a sua glória" (Jo 1:14).




kai o logoV sarx egeneto kai eslhnwsen en hmin, kai eqeasmeqa thn doxan autou, doxan wV monogenouV para patroV plhrhV caritoV kai alhqeiaV.

Anjos e demônios




“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra..”
(Sl 34:7)


Ao discutir com um amigo sobre a existência do Diabo e dos anjos e demônios, passei a pesquisar sobre o assunto para verificar qual o que a Bíblia diz a respeito do que são anjos e demônios

A Bíblia afirma que anjos são anjos e homens são homens. Ou seja, são duas criações distintas de Deus. Os homens não se tornam anjos quando morrem.

Vejamos resumidamente o que a Bíblia diz sobre anjos:

- Os anjos foram criados por Deus (Ne 9:6; Cl 1:16) e já existiam quando o pecado entrou no mundo. Tanto que após a queda do homem, foram investidos da missão de guardar o caminho que conduzia à árvore da vida (Gn 3:24);

- Eles são mensageiros e ministros de Deus (Hb 1:14; Sl 91:11; 34:7);

- É bom dizer que a Bíblia não nos autoriza a orar pedindo anjos e condena terminantemente o culto dirigido aos mesmos (Cl 2:18);

- A Bíblia mostra que o Diabo e os seus demônios foram anjos que se rebelaram contra Deus. E por isso foram expulsos do céu (Is 14:12-17; Ez 28:13-17; Jd 6). E que estão condenados para todo sempre aguardando a execução da sentença (Jo 16:11; Lc 10:18; II Pe 2:4; Ap 20:10);

- Os anjos são criaturas de Deus santas e incorruptas na essência original, mas dotados de inteligência e vontade.

- A Bíblia diz que Lúcifer, um poderoso ser angelical, que querendo ser igual ao Criador, rebelou-se contra Deus e levou consigo um terço dos anjos, tornando-se conhecido como Satanás e o Diabo (Is 14:12-14; Ap 12:4).

Jesus declarou muita coisa a respeito de Satanás:

- Chamou-o de inimigo (Mt 13;39);

- Príncipe deste mundo (Jo 12:31);

- Disse tê-lo visto cair do céu (Lc 10:18);

- Que tem um reino (Mt 12:26);

- Que arrebata a Palavra aos ouvintes (Mt 13:19);

- Que tem anjos e que o fogo eterno está preparado para ele (Mt 25:41).

Existe realmente o Diabo? A linguagem de Jesus indica certamente Sua crença na existência do Diabo. Ele sabia o que estava falando. A teoria de que apenas Jesus se acomodava às crendices do povo é enfraquecer a validade de quaisquer palavras Suas como verdadeiras que são.

A pior mentira é a que mais se parece com a verdade. Satanás e seus demônios muitas vezes aparecem numa forma bonita, com palavras doces (II Co 11:14-15), e isso tem enganado muitas pessoas.
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