Apocalipse


1. Nome

O nome deriva-se do tema do livro: Revelação de Jesus Cristo. Apocalipse, do grego “apokalypsis”. No latim o mesmo sentido que “revelatio”, que significa “revelar, por a descoberto ou tirar o véu”.

2. Posição no Cânon

O Sínodo de Laodicéia em 380 dC não incluía o livro do Apocalipse em seu cânon. As constituições apostólicas, nos fins do século IV, não incluíram o apocalipse de João. A Escola de Antioquia, em 207 dC, também omitia o livro como canônico. Somente no séxulo XII dC é que veio fazer parte do cânon armênio e no século XIII sua canonicidade já era conhecida.

O apocalipse, conhecido como o de João, teve inicialmente sua circulação limitada à Ásia Menor, região a qual fora dirigida inicialmente. No entanto, o seu reconhecimento mais amplo se deu a partir do século II dC. A mais antiga referência sobre o livro de Apocalipse é atribuído a Justino Mártir, em 135 dC. Os conhecidos pais da Igreja Clemente de Roma, Inácio e Barnabé, não fizeram menção do Apocalipse. Eusébio, em sua história eclesiástica, mostra que Irineu, nos fins do século II, em Lyon, na Gália, sustentava a autoria apostólica de todos os escritos joaninos. O Cânon muratoriano, cerca de 175 dC, inclui em sua relação o Livro de Apocalipse como tendo autoridade apostólica.

3. Autoria

Duas posições são tomadas pelos eruditos quanto aos escritos joaninos. O quarto evangelho, as três epístolas de João e o livro do Apocalipse: A primeira posição é a favor de um único autor para os cinco livros; a segunda é que cada um dos livros foi escrito por um autor diferente. Entretanto, a tradição assegura que os termos usados nos livros procedem da palavra do apóstolo João e lhe confirma a autoria.

4. Data

Conforme a introdução do livro, este foi escrito num período de perseguições contra a Igreja de Cristo. Pode ter sido sob o domínio do imperador romano Nero, em 54-68 dC ou em 96 dC, sob o domínio do imperador Domiciano. A data mais aceitas pelos eruditos e pela tradição cristã é a do ano 96 dC.

5. Propósito do livro

Baseia-se nas palavras de Cristo acerca das coisas futuras (Mt 24; Mc 13; Lc 21), ou seja, é uma explicação detalhada destas citações. O livro contém abundantes expressões usadas por Jesus derivadas dos livros proféticos de Ezequiel e Daniel.

6. Estilo literário do autor

É literatura apocalíptica e escatológica. Trata de acontecimentos futuros, em que o mundo passará por momentos angustiosos. É recheado de verdades místicas e simbólicas. É muito usado o dualismo: Deus e Satanás, anjos e demônios.


7. Estrutura do livro

Tem vinte e dois capítulos divididos em quatorze partes:

- Introdução – (1:1-3);
- Saudação – (1:4-8);
- Origem do Apocalipse – (1:9-20);
- Cartas às Igrejas – (2-3);
- Visão introdutória dos selos – (4:1-5:14);
- Visão dos sete sêlos – (6:1-8);
- Julgamento das sete trombetas – (8:7-11:19);
- Sete visões da queda de Babilônia – (17:1-19:10);
- Sete visões da queda de Satanás e o fim de seu reinado – (19:11-21:8);
- Jerusalém celestial – capital da nova criação – (21:9-22:5); e
- Epílogo: Cristo voltará em breve – (22:6-21).

8. Ensinos importantes

- Lições morais e espirituais por meio de simbolismos;
- Dá a ideia escatológica e profética;
- Mostra como será o estabelecimento do reino de Deus e a esperança do crente quanto ao futuro; e
- Advertências e admoestações à Igreja.

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