Gênesis - Betel

“Então disse Jacó à sua família, 
e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os 
deuses estranhos que há no meio de vós,
e purificai-vos e mudai as vossas vestes.” (Gn 35:2)

Betel, em hebraico, significa literalmente "Casa de Deus". É o nome de uma cidade cananéia da antiga região da Samária, situada no centro da terra de Canaã, distante a aproximadamente quarenta quilômetros de Siquém. Betel é a cidade mais mencionada na Bíblia, depois de Jerusalém.

Foi em Betel que Abraão armou a sua tenda e edificou o seu primeiro altar (Gn 12:8; 13:3). Jacó foi quem denominou o lugar. Foi neste lugar que Jacó teve a visão de uma escada que atingia o
céu, por onde anjos subiam e desciam. Anteriormente, era chamado de Luz e tinha um antigo santuário cananeu (Gn 28:19).

Betel era o lugar onde Deus confirmou que as promessas feitas a Abraão e Isaque passariam a ele e à sua descendência (Gn 28:13). Jacó esteve acampado em Siquém por dez anos, mas depois da tragédia em que exterminaram a população daquela cidade, por seus filhos Simeão e Levi, não podia ficar mais naquele lugar. Jacó estava numa situação difícil e embaraçosa e não sabia aonde ir. Porém, Deus impediu que os cananeus perseguissem e afligissem o povo de Jacó, ao causar terror às cidades que estavam ao redor (Gn 35:5).

Deus mandou que Jacó fosse habitar em Betel e fizesse um altar para Ele (Gn 35:1). Então, Jacó instruiu a família e todos que estavam com ele, para que destruíssem os ídolos, se limpassem e mudassem suas roupas para prepararem-se para a viagem a Betel. Jacó e seu povo não necessitavam de ídolos, amuletos ou deuses estranhos. Eles tinham a proteção do Deus verdadeiro. Jacó deu a ordem. Os ídolos foram recolhidos e enterrados sob uma árvore perto de Siquem (Gn 35:4). Jacó mandou que todos se levantassem e partissem com ele a Betel, onde fez um altar ao Deus que o atendeu em sua angústia e o acompanhou por onde andou (Gn 35:5). Foi o primeiro avivamento registrado na Bíblia.

A decisão de Jacó teve três significados: Primeiro a eliminação total de crendices, amuletos e deuses estranhos que se interpõem na vida pessoal e do povo de Deus. A ordem foi “lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós”; o segundo significado é o arrependimento, e o perdão dos pecados mediante a confissão a Deus ou à pessoa ofendida. Para adorar e servir o Deus verdadeiro é necessário “purificar-se”, uma mudança interior (II Co 7:1); e, terceiro, “mudar as vestes” fazendo uma mudança concreta na vida, deixando as obras das trevas e vestindo a couraça da fé, uma mudança exterior, testemunhar o que crê (Rm 13:12; Ef 6:11).

As expressões “lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós”, “purificar-se” e “mudar as vestes”, mostram mudança de vida, de propósito, busca ao Senhor e compromisso com Ele. Como resposta da decisão de Jacó, Deus fez com que os inimigos ficassem apavorados diante dele e não o perseguissem (Gn 35:5).

Não basta destruir os ídolos, se no lugar deles nada for construído.  Edificar um altar significava praticar atos de busca ao Senhor, tais como a oração e o jejum.

Chegando a Betel Jacó edificou um altar e denominou aquele lugar de El-Betel, que significa “o Deus da casa de Deus”. A fé egocêntrica de Jacó transformou-se numa fé teocêntrica. A partir dali percebeu que viveria pela glória de Deus. Naquele lugar Deus reconheceu a fé de Jacó e o abençoou novamente (Gn 35:9). "Disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou lhe Israel. Disse-lhe mais: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica, e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairão de ti, e reis procederão dos teus lombos; a terra que dei a Abraão e a Isaque, a ti a darei; também à tua descendência depois de ti a darei." (Gn 35:10-12).

A extensão da bênção de Deus a Jacó consistiu em mudar o seu ser, produzir frutos espirituais e ser usado como benção e a confirmação da posse da terra para a posteridade.

Infelizmente nesta época Jacó perdeu três entes queridos: Débora, a ama de Rebeca sua mãe, que vivia com Jacó após a morte de Rebeca (Gn 35:8); sua amada esposa Raquel, na ocasião do nascimento de Benjamim (Gn 35:16-20); e, seu pai Isaque, que morreu aos cento e oitenta anos de idade e foi sepultado por Esaú e Jacó, na cova de Macpela, junto com Abraão (Gn35:27-29).

Então Jacó erigiu uma coluna no lugar onde Deus lhe falara, uma coluna de pedra; e sobre ela derramou uma libação e deitou-lhe também azeite”. Erigir uma coluna de pedra ou um monumento, era marcar um acontecimento memorável para ser lembrado na posteridade; uma libação significava uma oferta de vinho sobre o sacrifício para cheiro suave ao Senhor (Nm 15:5,7), era sempre derramado,uave ao Senhoraçimento memorutos espirituais e ser usado cmo benç nunca bebido (Fl 2:17); e, deitar azeite de oliva do mais alto preço, qualidade e pureza era a maneira de mostrar como o objeto ungido era precioso. Jacó estava externando o maior respeito ao lugar onde se encontrou com Deus.
Com isso, Jacó tomou a decisão de que dedicaria totalmente a si mesmo para Deus, e viveria segundo a vontade divina. A vida de Jacó começou em Betel (Gn 28:19), fez uma curva, e voltou para Betel (Gn 35:1). Deus, tornando-se Deus em Betel, guiou Jacó.


Foi em El-Betel a primeira oferta de libação (Gn 35:14) e a primeira referência a Belém (Gn 35:19), onde nasceu Benjamim, o filho da mão direita de Jacó. Séculos depois um virgem daria luz um menino que seria conhecido como o filho da mão direita de Deus – Jesus Cristo.

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