“Não te deixarei ir, se me não
abençoares.” (Gn 32:26)
Quando Deus disse a Jacó “volta para a terra dos teus pais” (Gn 31:3), ele percebeu que tinha
dois problemas a resolver. Deixar pacificamente a casa de Labão e encontrar-se
com seu irmão Esaú que o havia ameaçado de morte.
O primeiro problema foi resolvido, após o constrangimento de
ambas as partes e, mediante um acordo e uma separação amigável, Jacó e Labão
seguiram seus destinos. Em sua viagem Jacó encontrou-se com anjos de Deus e
quando os viu, disse: “Este é o exército
de Deus” e chamou aquele lugar de Maanaim. Pela primeira vez os exércitos
celestiais são mencionados na Bíblia (Gn 32:1-2).
Em seguida recebeu a noticia de que seu irmão Esaú, vinha a
seu encontro com quatrocentos homens (Gn 33:1). Isso era inevitável e Jacó
sabia que Esaú poderia ainda estar zangado com ele. Aflito e com medo, decidiu
apaziguá-lo. (Gn 32:6-7).
Usando uma estratégia Jacó preparou-se para o encontro de
três maneiras: Buscou a Deus pedindo que o livrasse da ira de seu irmão (Gn
32:9-12); preparou um presente para Esaú (Gn 32:13-15); e, preparou o seu povo
para uma possível batalha (Gn 32:7-8). Mas, devido a sua preocupação, Jacó não
conseguiu dormir, levantou-se no meio da noite e, com sua família, atravessou o
rio Jaboque (Gn 32:22). No entanto, ficou para trás. Precisava de silêncio e
tempo para pensar e se preparar para o encontro. Teria que refletir sobre sua
vida e suas atitudes. Estava prestes a vivenciar uma guerra espiritual sem
proporções e sua sobrevivência dependia de sua vitória.
Ao sair de sua tenda encontrou um homem desconhecido com
quem lutou até o romper do dia. Um homem misterioso, uma manifestação visível
de Deus, um anjo do Senhor. Ao lutar com ao anjo de Deus, Jacó lutou com o
próprio Deus (Gn 32:24).
O anjo não conseguiu derrotar Jacó, mas o deixou marcado
fisicamente quando percebeu que não prevalecia contra ele. Tocou na articulação
do quadril de Jacó deslocando a junção da coxa enquanto lutavam (Gn 32:25).
Apesar de ferido, Jacó prevaleceu. Lutou com um anjo e sobreviveu. Aquele era o
momento de uma virada em sua vida, momento de decisão. Era lutar ou morrer.
Depois de uma noite de angústia na busca por uma
transformação interior, Jacó sabia que necessitava da benção de Deus e somente
soltou o anjo do Senhor quando por este foi abençoado. “Não te deixarei ir, se não me abençoares’ (Gn 32:29).
O objetivo daquela luta seria o quebrantamento de Jacó,
mostrando que era sem força em si próprio. Jacó venceu somente quando sua força
cedeu e confessou sua personalidade real quando o anjo lhe perguntou quem era.
Desta vez não usou de manipulação, usurpação, esperteza ou trapaças, mas
humildemente disse que seu nome era Jacó.
O anjo decidiu abençoar Jacó. Essa bênção lhe deu um novo
nome: Israel, que significa “o que luta com Deus”. Jacó, então, estava pronto
para reencontrar-se com seu irmão.
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